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sexta-feira, 20 de abril de 2012

Mulheres bem sucedidas têm menos chance de ser felizes no amor?


As garotas superpoderosas andam se estranhando com as princesas cor-de-rosa, como diz a antropóloga Mirian Goldenberg. As duas são facetas das mulheres que hoje têm mais de 30 anos, alto nível de escolaridade, realização profissional - e também o ideal de amar ou casar com um cara que seja bacana como elas. Bacana, no senso comum, é o homem tão ou mais estudado e bem-sucedido que elas.

Essas são as mulheres que, instaladas hoje em patamares mais elevados da pirâmide social, olham para o lado e para cima e se dão conta de que suas opções de encontro amoroso dentro desse parâmetro se reduziram muito. A solução, têm dito estatísticos e outros especialistas, é casar "para baixo".

Recentemente, um cruzamento de informações do IBGE mostrou que o número de universitárias solteiras supera em 54% a quantidade de homens na mesma situação - nos grupos menos instruídos, a diferença não passa de 10%. Espalhou-se logo a conclusão de que diploma, veja só, é atestado de fracasso afetivo para o time feminino.

Valores em conflito

Um estudo recente do centro de pesquisa americano Pew Research mostrou que grande parte dos entrevistados considera a relação em que o homem e a mulher trabalham melhor do que aquela em que a esposa é responsável pela casa e pelos filhos, cabendo ao marido a tarefa de provedor.

No entanto, a maioria acha fundamental para um homem, e não para uma mulher, ter condições de sustentar a família antes de formar uma, conforme assinala D'Vera Cohn, redatora sênior do instituto. Sinal de que a sociedade se apega ainda à visão tradicional sobre os papéis masculinos e femininos, mesmo que se comporte de forma liberal em relação ao casamento.

Para complicar, ganhou força o clichê de que os homens se acomodaram de vez e as mulheres estão com a bola toda; por isso, não encontram um par. Frustradas, muitas adotam o mantra "homem tem medo de mulher independente" para justificar o desencontro.

Pressão social

Existe um juízo de valor embutido na ideia de que casar com quem está um degrau acima é o bom, o desejável, e que "olhar para baixo" significaria, então, abrir exceção para não ficar sozinha. "A essência do feminino é compartilhar, procurar o bem-estar; a maioria busca alguém com quem possa ser feliz, não importa a posição social", diz a socióloga Celia Belem, de São Paulo. Na prática, claro, existem desafios a ser vencidos.

Em muitos países, vê-se de forma mais prática o fato de a mulher trabalhar e o homem ficar em casa. Na Austrália, o crescimento do número de mulheres chefes de família e homens que assumem a vida doméstica tem chamado a atenção dos institutos de pesquisa, revela Marian Baird, coordenadora de estudos do The Women and Work Research Group, em Sydney.

É fato que as mulheres ainda estão sendo criadas com dois pesos e duas medidas - buscam independência na carreira, ficam à espera de um amor à moda antiga -, e isso gera confusão e frustração. Mas esses dilemas são mais confortáveis do que os que vivíamos quando estávamos todas lá embaixo, na base da tal pirâmide, menos educadas, menos autônomas e com menor poder aquisitivo. "Não conheço mulher que queira voltar no tempo e ser igual à mãe ou à avó", diz Mirian Goldenberg. As superpoderosas e as princesas cor-de-rosa vão ter de entrar em acordo.

Conteúdo do site CLAUDIA
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