Parece que a moda de deputados esbravejando contra gays e negros publicamente, iniciada por Jair Bolsonaro (PP-RJ), pegou. Pelo Twitter, o pastor evangélico e deputado federal Marco Feliciano (PSC-SP) saiu em defesa do colega acusado de racismo e homofobia nesta quinta-feira. Feliciano chamou de “práticas promíscuas” o relacionamento entre homossexuais e de “descendentes amaldiçoados de Noé” os africanos. A reação no microblog foi imediata e o parlamentar ainda reclamou por ter sido criticado.
De acordo com a teoria do deputado evangélico, os ancestrais que povoaram a Etiópia, na África, são descendentes de um neto amaldiçoado de Noé chamado Canaã e esse seria o motivo das doenças e da miséria naquele continente, que originou a raça negra. Ao ser recriminado por internautas, Feliciano justificou: “Africanos descendem de ancestral amaldiçoado por Noé. Isso é fato. O motivo da maldição é a polêmica. Não sejam irresponsáveis twitters”.
Com os homossexuais ele foi ainda mais longe. “A podridão dos sentimentos dos homoafetivos levam (sic) ao ódio, ao crime, à rejeição. Amamos os homossexuais, mas abominamos suas práticas promíscuas”, disparou. Por causa de suas afirmações nada ortodoxas, Marco Feliciano já é chamado de discípulo de Jair Bolsonaro. O parlamentar do PP causou confusão quando afirmou, em entrevista ao programa CQC, na última segunda-feira, que bateria em um filho que fosse gay e não entraria em um avião pilotado por um negro. Disse, ainda, em resposta à cantora Preta Gil, que não deixaria os filhos namorarem uma mulher negra, o que chamou de "promiscuidade". No dia seguinte, tentou se redimir, dizendo ter entendido errado a pergunta. Preta Gil já anunciou que vai processar o deputado por discriminação.