“Alguns secretários, são meros fantoches”, afirma a Ex-Secretária de Cultura, Comunicação, Eventos Culturais e Cerimonial, Juana Albuquerque, em Entrevista BOMBÁSTICA ao Cabrália News.
O MASSACRE DE UMA COMPANHEIRA – PARTE II
“Desta vez dedico esta entrevista aos companheiros que estiveram solidários e acreditando no meu caráter, na minha competência e no comportamento ilibado que tive enquanto Secretária de Cultura, Comunicação, Eventos Culturais e Cerimonial.”
1. Cabrália News: Juana, quais os Secretários mais importantes nas decisões do governo Pontes?
Juana Albuquerque: A Secretária de Turismo e Meio Ambiente, pois a mesma administra muitos recursos das duas pastas pelas quais é responsável, e também administra a polêmica taxa da balsa, que tanto é comentada e questionada pela população quanto á destinação dos recursos capitados através da taxa. Sabe-se que este dinheiro , poderia ser usado na melhoria de toda a infraestrutura do Turismo local. O Secretário de Governo, que é carinhosamente tratado por “professor” pelos demais Secretários. Título este concedido pelo mesmo ter grande experiência, por ser Ex-Prefeito de Arataca (que respondeu e responde á diversos processos de Improbidade Administrativa), experiência útil na hora de justificar o injustificável. O Secretário de Administração e Finanças, que desempenha com maestria a função de “Secretário-Soldado”, que faz tudo o que lhe mandam fazer, e que aceita os ensinamentos dos “experientes” na gestão pública, já que o seu currículo, não o credencia a exercer tal função, por isso, para manter o seu cargo, ele cumpre á risca todas as determinações impostas a ele. Os demais são meros fantoches, que estão apenas ocupando um cargo sem o “poder de decisão” e apenas assinam o que mandam assinar e assim são considerados Secretários eficientes e fiéis, segundo o crivo do grupo que comanda Cabrália.
2. Cabrália News: Juana, por que você foi exonerada dois dias antes da realização da conferencia Municipal de Cultura, que tanto acompanhamos a sua mobilização e empenho em reunir os artistas, lideranças a comunidade indígena e a população como um todo?
Juana Albuquerque: Realmente estive totalmente envolvida na organização deste evento, na mobilização das comunidades e principalmente no entrosamento da equipe da Secretária. Durante a minha gestão, promovi a interação entre todos os membros da equipe da Secretária de Cultura e do Conselho Municipal de Cultura, e organizamos uma comissão organizadora e representativa dos setores da arte e da cultura local para que eles pudessem ser valorizados, como nunca haviam sido. São muitos os motivos da minha repentina exoneração, mais tentarei ser o mais objetiva possível. No dia 18 de agosto de 2011, dois dias antes da Conferencia, eu concedi uma entrevista a Rádio Cidade FM, no Programa “Jornal da Cidade”, ao comunicador Pato Rabanne, cumprindo o meu dever de divulgar amplamente a conferencia e aproximadamente uma hora após ter concedido esta entrevista, eu estava frente á frente com o Prefeito Jorge Pontes, sendo exonerada. Um detalhe importante, é que depois do dia 02 de junho de 2011, quando fui nomeada Secretária, este foi o único dia que estive á sós com o Prefeito para dialogar á respeito de assuntos ligados á pasta. Eu fiz inúmeras tentativas de agendar uma reunião para tratarmos dos assuntos da pasta pela qual eu era responsável, e nunca era possível, entendi que a cultura não era algo primordial na gestão.
3. Cabrália News: Juana, então quais são os outros possíveis motivos de sua exoneração sumária?
Juana Albuquerque: Tem um fato que foi muito discutido no tal “diálogo” que tive com o “Companheiro” Pontes. Segundo ele, foi feito um “pente fino” na minha vida, através da Polícia que ele diz manter a seu serviço, e com a intermediação de um certo policial que é muito seu amigo e que faz parte das decisões de seu governo. Com um detalhe muito importante: sem a minha autorização, o que constitui quebra de sigilo fiscal, o que é ilegal, portanto é um crime e um atentado á individualidade do ser humano, ele alegou que foram encontrando débitos em meu nome. Indignada expliquei ao Prefeito, que já havia me reportado a presidente do partido em Cabrália para explicar e apresentar documentos capazes de atestar a fatalidade do caso e que providencias já estavam sendo tomadas, e que estas dívidas e um processo judicial eram causados por débitos de minha campanha política no pleito de 2008 em Pernambuco. E a não quitação, de um débito de R$ 630,00 (seiscentos e trinta reais), contraído através da contratação de serviços de Carro de Som havia ocasionado este então e discutido processo. Pontes disse que, devido á este “grave” fato, a minha presença no governo era insustentável, já que ele temia que a oposição, tomasse conhecimento destes detalhes: ‘Já pensou se a oposição fica sabendo disso?!’ – afirmou Pontes. Eu expus os fatos e afirmei que o processo de fato corria na Justiça e que eu estive em Pernambuco em 11 de agosto de 2011 (sete dias antes desta reunião) e o meu advogado orientou-me a aguardar o que a justiça iria decidir, para que eu pudesse cumprir rigorosamente as determinações judiciais como tem que ser. Sei que este fato é grave, mais eu havia tomado ás devidas providencias, e o caso seria resolvido sem causar mal algum ao seu governo ou dano político ao projeto. E de pronto disse que não teria nenhum problema de explicar-me e de apresentar minhas certidões negativas que tirei junto aos órgãos constituídos e competentes para avaliar e atestar a minha conduta idônea, e ainda estaria disposta a prestar explicações ao grupo e ao partido, e que acataria a decisão que fosse mais prudente sem criar transtorno algum para a gestão, foi ai que pedi ao prefeito para que só me exonerasse após concluir a realização da Conferencia que aconteceria no dia 20 de agosto portanto 02 dias após esta reunião, mesmo assim fui exonerada sumariamente e impedida de ir á Conferencia que organizei. Senti que eu estava diante de um ditador empoderado e deslumbrado abusando do seu poder para perseguir a quem o desagrada ou discorda dos seus métodos de trabalho.
4. Cabrália News: Juana, mais este debito não poderia ter sido pago antes de ocasionar todo este transtorno na sua vida pelo valor que é tão pequeno frente ás consequências de um processo?
Juana Albuquerque: Evidente que sim, mais a questão foi política e pessoal. Eu tentei pagar, mais o meu credor quis juros altos e impossíveis de pagar, num momento em que eu estava saindo de uma campanha muito difícil e custosa. Nisso, o caso foi levado á justiça e o indiciamento, que era inevitável, frente que eu fui responsabilizada pelo fato de ter emitido neste caso 02 cheques com insuficiência de saldo em minha campanha eleitoral. Mais estou em Pernambuco, acompanhando de perto o desenrolar de todo o processo e para responder pelos meus atos e cumprir a decisão judicial.
5. Cabrália News: Juana, fala-se no seu partido e nos bastidores do gabinete do Prefeito, que você é uma pessoa muito polêmica e radical nos seus posicionamentos. O que você tem a dizer destas afirmações?
Juana Albuquerque: (Risos) Sou de um partido que foi construído diante de muitas divergências, polemicas e com muito radicalismo e com o passar dos anos fomos aprendendo a ser radicais com moderação nas negociações e decisões importantes que são prioridade para a manutenção do projeto político. Mais até hoje isto se mantém internamente. Somos plurais e respeitamos as individualidades de cada grupo (as tendências do partido), que sempre tem posicionamentos diferentes e muitas vezes são radicais. O que nos fundamenta, é exatamente lutar por aquilo que é melhor para todos e manter o projeto partidário. O grupo que sustenta Pontes, sem duvida alguma não sabe o que é ser radical, pois ser radical vem do termo ser de raiz ou ter raiz, e com certeza, estes que estão ai não tem raiz alguma plantada no passado que demonstre luta e combate as injustiças sociais, aos direitos igualitários para todos e para todas. Não tenho a pretensão de ser melhor nem pior do que ninguém, apenas sou o que eu sou e defendo meus ideais e luto para que possamos nos manter na direção certa, que é a de dar a nossa contribuição para que possamos continuar avançando no projeto que vem mudando os rumos do nosso país.
6. Cabrália News: Juana, ouvimos nos bastidores da Prefeitura que você não é uma mulher de meias palavras e que não temia a oposição do grupo de Pontes e que não admitia intervenções na Secretaria que você estava como secretaria O que você a dizer?
Juana Albuquerque: (Risos) Tem um certo ditado popular que diz ‘a voz do povo é a voz de Deus’. Quem fala tudo isto de mim, esta falando a verdade e eu tomo estes comentários como um elogio. Agora eu sei que, a minha presença no governo Pontes “causou”, como costumava falar a Assessora de Comunicação e Cerimonial numa certa conversa que tivemos. Após a minha exoneração quando estava em Salvador, denunciando os desmandos do governo Pontes, junto aos órgãos do Governo do Estado da Bahia, competentes e constituídos para investigar e tomar providencias em casos como o meu e em outros casos. Telefonei ao “Companheiro” Pontes, que me disse que eu só saíra do governo por um motivo que ele esclareceu nesta afirmação: ‘Você Juana pegou uma metralhadora e atirou para todos os lados e principalmente, você atingiu aqueles que preciso manter do meu lado para que eu possa continuar no governo’ – afirmou Pontes. Lembrei-me então do que um desses “muy Companheiros” e prestador de serviço na Secretaria Municipal de Cultura, Comunicação e Eventos Culturais, me disse: ‘Juana, você está numa guerra sem soldados e os seus inimigos estão no poder e eu não posso mais te defender’ e desde então este companheiro afastou-se de mim e tornou-se o meu pior inimigo. Conclui que, DEUS escreve certo por linhas tortas e que fui livrada de um mal maior. Admito que, não aceito imposições e quando tenho uma missão, gosto de cumpri-la inteiramente. Não costumo deixar que ninguém decida nada por mim. Estes são e serão sempre os meus posicionamentos radicais. Gostaria de deixar claro que tudo que estou afirmando nesta e em tantas outras entrevistas que virão, não são pelo fato de ter sido exonerada e ter ficado com rancores da gestão, e sim pelo simples fato de ter sido ultrajada, humilhada, perseguida e condenada sem ao menos ter tido o direito de ampla defesa como é garantido pelas leis constitucionais deste país. E o pior de tudo isto é que este tribunal de exceção não tem competência, nem moral para julgar ninguém, já que praticam danos bem maiores a população que os elegeu.
NO PRÓXIMO SÁBADO, CONFIRA A CONTINUAÇÃO DA ENTREVISTA BOMBÁSTICA DE JUANA ALBUQUERQUE AO CABRÁLIA NEWS BABADO EXPLOSIVO, EM QUE ELA DÁ MAIS DETALHES SOBRE A SUA EXONERAÇÃO E SOBRE OS DÉBITOS QUE A PREFEITURA TEM COM ELA. FALARÁ TAMBÉM SOBRE SUAS AÇÕES COMO SECRETÁRIA, E FALARÁ MAIS DESTE GOVERNO QUE AFUNDA SANTA CRUZ CABRÁLIA E ACABA COM O
POVO DE CABRÁLIA. IMPERDÍVEL!!!
A Redação.