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terça-feira, 17 de abril de 2012

Breivik justifica massacres de Oslo e Utoeya, e diz que voltaria a cometê-los


O militante ultradireitista Anders Behring Breivik fez nesta terça-feira - segundo dia do julgamento pelos atentados de 22 de julho na Noruega, nos quais morreram 77 pessoas - uma acalorada defesa dos massacres, que justificou como atos "patrióticos", e garantiu que "faria tudo novamente".


Na declaração por escrito que leu no início da audiência, Breivik falou que fez um ato de "bondade" por seu país, atacou o "multiculturalismo" e alertou sobre o perigo da "invasão islâmica".


Os 69 mortos na ilha de Utoeya, presentes no acampamento das Juventudes Trabalhistas e executados a sangue frio, receberam um ataque duríssimo, da mesma forma que o partido, atualmente no poder na Noruega.


"Não eram inocentes, crianças civis, mas ativistas políticos que trabalham pelo multiculturalismo", disse Breivik, que os qualificou como gente "doutrinada e com lavagem cerebral". Ele ainda chamou o acampamento de Utoeya de "campo de doutrinamento para ativistas políticos" dirigido por "um dos comunistas mais extremistas da Noruega".


A duração da declaração, que durou mais do que o dobro da meia hora que ele havia anunciado, e a rigidez de suas palavras fizeram com que a juíza principal, Wenche Elizabeth Arntzen, o repreendesse várias vezes e pedisse a ele que fosse respeitoso.


O fundamentalista de 33 anos começou falando em nome da Ordem dos Templários Europeus e de "muitos noruegueses e escandinavos", e se vangloriou de ter cometido "a operação mais espetacular feita por um militante nacionalista neste século".


O objetivo dos atentados, primeiro com uma caminhonete-bomba no complexo governamental de Oslo e depois em Utoeya, era mudar a política de imigração do governo trabalhista e evitar uma futura guerra civil na qual morreriam "centenas de milhares de pessoas.


Breivik comparou sua ação terrorista com o lançamento de bombas atômicas pelos EUA sobre o Japão na Segunda Guerra Mundial para "economizar" milhões de mortes, embora os fatos, disse, sejam uma "barbárie".


"Se alguém é mau são os multiculturalistas. A única coisa que deveria surpreender a Noruega e a Europa é por que um ato assim não ocorreu antes", afirmou.


Sobre a chance de ser condenado à prisão perpétua "ou morrer como um mártir por esta causa", Breivik disse que "é a maior honra que poderia ter".


Em sua declaração, que ao contrário da abertura do julgamento, ocorrida ontem, não foi transmitida ao vivo por televisão em respeito às vítimas, reiterou as ideias defendidas no manifesto que divulgou na internet horas antes dos atentados.


Após a Segunda Guerra Mundial - disse ele -, os "marxistas culturais" e os "liberais" dominaram a Europa em aliança contra os "conservadores culturais" e os "nacionalistas", estabelecendo uma "ditadura" camuflada sob uma democracia que na realidade não existe: os primeiros controlam a cultura, e os segundos, a economia.


Quem defende a cultura nativa frente à "invasão islâmica" e quem se opõe à "desconstrução cultural e étnica" consentida pelo poder, sofre censura e boicote, segundo o fundamentalista.


Breivik reivindicou o direito de se defender frente aos "atos cruéis" que os europeus sofreram nas mãos dos muçulmanos, desde estupros a assassinatos ou atentados como os de Madri.


Seus ideais são difíceis de serem entendidos, admitiu o próprio Breivik, que se mostrou convencido de que muitos acabarão compreendendo que o multiculturalismo "fracassou" porque é uma ideologia "destrutiva".


O fundamentalista afirmou ainda que atentados foram "em defesa dos noruegueses étnicos e de sua cultura", e por isso não se considera culpado. Além disso, comparou sua "luta" com a dos indígenas bolivianos, apelando ao "direito universal" dos povos a se defender.


"Agi em uma situação de necessidade pelo meu povo, minha cultura, minha religião, meu país", disse Breivik ao fechar sua declaração.


Breivik, que voltou a repetir uma saudação ultradireitista ao chegar à sala de julgamento, embora hoje tenha se levantado quando os juízes entraram, se mostrou tranquilo e muitas vezes sorridente durante toda a leitura da declaração e do questionário, apesar de os promotores terem mostrado contradições em seu relato sobre fatos de seu passado.


Durante as perguntas da Promotoria, que continuarão até a próxima segunda-feira, Breivik mostrou sua admiração pela rede terrorista islâmica Al Qaeda, "a organização revolucionária mais bem-sucedida do mundo".


Assim como os ataques aos Estados Unidos em 2001 representaram "uma mudança de mentalidade" e "radicalizaram" grupos islâmicos, Breivik disse esperar que o mesmo ocorra com os do dia 22 de julho de 2011: uma "caça às bruxas" contra os nacionalistas e a radicalização destes.
Uol Notícias 
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