O Brazil não conhece o Brasil...diz a letra de Elis Regina. E é verdade.
Quando cheguei pela primeira vez na Bahia, em 1970, fiquei abismado com a minha ignorância sobre o Brasil.
Politizado, culto, informado, sequer sabia ou tivera ouvido falar que a Independência do Brasil consolidou-se em 1823 em terras baianas, mais precisamente na Ilha de Itaparica.
E mais: que desta luta de independência participara uma baiana de 18 anos, por bravura promovida a Alferes: Maria Quitéria. Heroína da nossa independência.
Presença feminina na nossa guerra de libertação.
Quando em 1822 Dom, Pedro I proclamou o rompimento com Portugal, em muitos estados as tropas portuguesas e as autoridades locais recusaram-se a obedecer a ordem.
No Pará e no Maranhão a luta política pela indpendência, com muitas mortes, estendeu-se ainda por mais tempo. Mas foi na Bahia tomou caráter de guerra aberta.
A vitoria do ato de Dom Pedro, veio a se dar na Bahia, quando sob o comando do general Labatut deu-se a batalha nos campos de Pirajá derrotando definitivamente as tropas portuguesas, 4.500 soldados que se retiraram do país em 83 embarcações.
Aderira Salvador à Revolução liberal do Porto, de 1820 e, com a convocação das Cortes Gerais em Lisboa, em janeiro do ano seguinte, envia deputados à Corte Portuguesa na defesa dos interesses locais. Divide-se a cidade em vários partidos, o liberal unindo mesmo portugueses e brasileiros, interessados em manter a condição conquistada com a vinda da Corte para o país de Reino Unido, e os lusitanos interessados na volta ao status quo anterior.
De um lado, portugueses interessados em manter a província como colônia, do outro brasileiros, liberais, conservadores, monarquistas e até republicanos se unem, finalmente, no interesse comum de uma luta que já se fazia ao longo de quase um ano, e que somente se faz unificada com a própria Independência do Brasil a partir de 14 de junho de 1823, quando é feita na Câmara da Vila de Santo Amaro da Purificação
a proclamação que pregava a unidade nacional, e reconhecia a autoridade de D. Pedro I.
Nesta luta destacam-se ainda o assassinato da Superior Freira Joana Angélica por tropas portuguesas, e a presença aliada dos caboclos indígenas ao lado dos brasileiros.
Registra-se ainda o Corneteiro Lopes, português que lutava ao lado dos brasileiros, mas que em vez de tocar "Debandar", errou e tocou "Atacar" levando o inimigo a acreditar que os brasileiros haviam recebido reforço militar, pondo a debandar os lusitanos.
Aproveitando a data de hoje vale a pena abrir o Google e pesquisar, e ler mais ainda sobre esta parte da nossa História.