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quarta-feira, 12 de setembro de 2012

"Jogaram o corpo do meu filho na estrada como bicho", diz pai


Pai procurou o rapaz na Chatuba, falou com suspeito ao telefone e enfrentou até tiroteio



O forte desejo de encontrar o filho desaparecido a qualquer custo, ainda que estivesse morto, levou o pai de um dos seis jovens assassinados na Baixada Fluminense a enfrentar os perigos de uma favela dominada por traficantes. Ceudes Vieira do Espírito Santo encarou até mesmo um tiroteio na busca pelo estudante Christian Vieira, de 19 anos, no domingo (9).

— Procurei meu filho com ajuda de amigos e quando entrei na Chatuba começaram a atirar. Não desisti. Continuei entrando mas quando vi que não dava mais tive que sair. Mas senti que ele estava lá dentro. Mataram o meu filho e jogaram o corpo dele na estrada igual a um bicho.

No velório dos rapazes, na manhã desta terça, Ceudes disse que chegou a perguntar sobre Christian a moradores da comunidade e a resposta foi que ele não estava lá. Ligando para o telefone celular de Glauber Siqueira, 17, outra vítima da chacina, o pai de Christian ouviu a frase que o atingiu como um tiro no peito: "Não insiste mais nesse telefone porque o dono já era". 

— Eu liguei pro meu filho mas só dava fora de área. Quando liguei pro do Glauber, tocou várias vezes e nada. Quando atenderam, um homem disse que ele tinha saído para uma missão. Liguei de novo e disseram que não era mais para insistir porque ele já era.

Nesta terça, o prefeito de Nilópolis, Sérgio Sessim (PP), informou que pediu reforço de policiamento para a cidade ao comandante geral da PM, Erir da Costa Filho. O pedido foi motivado pela onda de violência que chocou a Baixada Fluminense. Na segunda-feira (10) foram encontrados os corpos de seis jovens que estavam desaparecidos desde sábado (8). Apenas no fim de semana, 12 pessoas foram assassinadas na região.

Duas escolas do município teriam sido invadidas por bandidos, que teriam ameaçado matar estudantes. O prefeito não confirmou essa informação, mas ressaltou que o reforço solicitado ao comando geral da PM deverá abranger também o entorno das unidades de ensino.

A Prefeitura de Nilópolis decretou nesta terça luto oficial por três dias em homenagem aos seis jovens assassinados por traficantes da favela da Chatuba, em Mesquita, também na Baixada.

A Secretaria Estadual de Segurança Pública do Rio solicitou empenho da Polícia Civil para investigar os crimes que espalharam o terror na região.

Nove presos

A Polícia Militar informou por volta das 10h50 desta terça-feira que subiu para nove o número de presos na favela da Chatuba. Agentes iniciaram a ocupação permanente na comunidade pela madrugada. Cerca de 250 policiais militares do 3º Comando de Policiamento de Área, Coordenadoria de Inteligência, Batalhão de Polícia de Choque, Batalhão de Ações com Cães, Grupamento Aeromarítimo e do Batalhão de Operações Policiais Especiais ocupavam a favela na manhã desta terça.

Reconhecimento de roupas e tênis

Parentes dos seis jovens mortos perto da favela da Chatuba devem comparecer à Delegacia de Mesquita (53ª DP), que investiga o caso, nesta terça-feira. Eles devem fazer o reconhecimento de roupas e tênis encontrados durante operação na tarde de segunda-feira (10). Durante as buscas, foram encontradas cápsulas de fuzil.


R7
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