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quinta-feira, 27 de março de 2014

Transparente, novo tipo de camarão é encontrado em manguezal na Bahia

Uma nova espécie de camarão foi encontrada em manguezais do município de Maraú, na Bahia, por pesquisadores da Universidade Estadual do Sudoeste (Uesc). Do gênero "Potamalpheops", o animal foi descoberto pelos alunos do programa de pós-graduação da universidade, Guidomar Soledade e Patrícia dos Santos, sob coordenação do professor Alexandre Almeida, do Grupo de Pesquisas em Carcinologia. A pesquisa é realizada há um ano, quando os crustáceos foram achados em galerias de outros animais como o carangueijo uça, em manguezal na foz dos rios Baiano e Serra, próximo ao povoado de Tremembé. O animal tem 1 cm de comprimento e coloração semi-transparente. Após análise feita em laboratório, foi constatado que o crustáceo pertencia a uma nova espécie, que não era conhecida na América do Sul - possivelmente, é a primeira espécie do gênero "Potamalpheops Powell" no Atlântico sudoeste. Em homenagem ao nome do manguezal, o camarão é nomeado "Potamalpheops tyrymembe". De origem Tupi, tremembé significa pântano. Ele pertence a um grupo de animais conhecidos pelas comunidades tradicionais da região como 'tamarús'. Um artigo anunciando o achado foi publicado em fevereiro deste ano na revista neozelandesa Zootaxa. "Fizemos a descoberta ano passado, temos um projeto de pesquisa para exatamente fazer um invetário desse grupo de camarões que estamos estudando. Chegamos a ele fazendo amostragens na região de Maraú visando buscar pequenos camarões, porque aí é que estão as grandes novidades. A espécie não tem grande importância comercial, sim ecológica", afirmou o professor Alexandre Almeida nesta quarta-feira (26).
De acordo com o pesquisador, é a segunda espécie do gênero nas Américas, a primeira surgiu na América Central, mas diferente da encontrada na Bahia. Ele conta que o registro oficial ocorre após a checagem de toda a literatura publicada a respeito do grupo em um banco de dados que é compartilhado em âmbito mundial. O professor ainda explica que foi preciso fazer a descrição formal do animal, comparando-o com outras espécies diferentes.
"Tenho interesse a médio prazo de dar continuidade ao inventário faunísticos que fizemos e isso extrapola as fronteiras da Bahia. Faz parte do acervo da biodiversidade do país. Vamos continuar buscando outras espécies dele e estudar a biologia deste animal. Como foi achado em galerias de outros animais, precisamos identificar a relação do camarão com eles", afirmou.
Almeida afirma que a descoberta estimula estudantes a se dedicarem na área de pesquisa e ela se torna, ainda, uma peça importante no histórico da Uesc e para o estudo de novas espécies de animais em todo o país. 
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