Mas no final do imbróglio, a conta a ser paga virá do bolso da população, que deveria ter segurança pública garantida e não tem. A vida humana na Bahia passou a valer quase nada, com índices alarmantes de homicídios repercutindo até em relatórios da ONU. Salvador figura como uma das capitais mais violentas do mundo e cidades do interior baiano aparecem como as mais violentas do país. Somando-se aí os assaltos a pessoas, residências, ônibus, bancos e empresas, roubos de veículos e proliferação do tráfico de drogas. Temos um estado onde a principal função da PM não está sendo cumprida com eficiência.
Discutem-se os salários, mas à segurança pública nada se acrescenta. A população baiana segue entregue à sorte, onde o problema não está apenas na questão salarial dos PMs, mas também na estrutura das polícias, militar e civil.
A Polícia Militar da Bahia, corporação com 189 anos de existência, vem sendo precarizada ao longo dos últimos anos, não importa o partido do governo, apesar do alarido da propaganda dos investimentos que cada governador anuncia ter feito.
Sabe-se que é fato a inoperância por conta do baixo efetivo, soldos ridículos e carreiras estagnadas, deficiência em armamentos e infraestrutura, falta de capacitação dos praças adequada à realidade do combate ao tráfico de drogas e ao crime organizado. Esta é a PM que nós temos.
O maior líder policial militar baiano, atualmente, Marco Prisco, vereador tucano em Salvador e pré-candidato a deputado estadual, propôs à tropa aquartelada (diz a imprensa), na quinta-feira, 17 de abril, comemorar o fim da greve com um churrasco. Teria ele esquecido das dezenas de homicídios e assaltos registrados durante a greve da categoria; do terror, transtornos e prejuízos sofridos pela população?
População esta, nunca é demais lembrar, que paga o pato e a conta de tudo isso.
Por Geraldinho Alves, jornalista e editor do Bahia40graus