As comunidades desses rincões se afunilam na mais obscura esperança, e vêm seus filhos se afastando dos sonhos de se tornarem pessoas inteligentes, e com sabedoria para serem encaminhados para vida, através dos estudos e do trabalho.
Muito pelo contrário do que sonham as mães, é amargo e triste o cenário turvo que envolve as famílias nesses municípios pequenos. Criam seus pequenos, para ainda na tenra infância serem tragados pela mais ardilosa trama arquitetada pelo Estado, que se comporta de forma fria, pálida e danosa. Um Estado que tem cruzado os braços e empurrado milhares de jovens para o crime, para as drogas e para a morte. Não existem políticas públicas. Os assassinatos aumentam. Os crimes banais se multiplicam.
Não somente nesse sentido a crítica paira sobre a cabeça do Governo. O que se vive nos municípios da Costa do Descobrimento é um estágio letal, um momento nebuloso, sem horizonte. A cada dia, essas pequenas cidades se definham. A geração de emprego está nas mãos dos prefeitos, que escolhem quem emprega, quem está dos seus lados e quem se agracia. O restante do povo sobrevive de pequenos bicos, nas fazendas desoladas, ou com os programas sociais do Governo Federal.
Nesse quadro, falta a mão cuidadosa do Governo do Estado. Falta o olhar compromissado. Coisa que não acontece há quase uma década. Desde o governo de Paulo Souto a crise tem se arrastado, e com mais crueldade durante os quase oito anos do governo de Jaques Wagner.
E, para piorar a situação. As autoridades que representam essa gente cruzam os braços e, neste momento estão silenciosas de forma ainda mais covarde. Estão empurrando com a barriga suas ações. Até quando não se sabe, talvez para depois de junho, ou quem sabe, para o mês de agosto. Poucos dias antes da eleição.