Seleção tem quase 10 vezes mais segurança que fãs em hotel de São Paulo

Ao menos no hotel em que a seleção brasileira está hospedada em São Paulo, onde fará seu último amistoso antes da estreia na Copa do Mundo, o clima de Mundial ainda não acontece. A menos de cinco horas para o início da partida contra a Sérvia, no Morumbi, às 16h, o número de fãs em frente ao local é quase dez vezes menor que o de policiais fazendo a segurança.

Segundo o major Maurício, da Polícia Militar, são, no geral, 100 homens do batalhão local trabalhando na guarda do grupo de Luiz Felipe Scolari, tanto no Hotel Transamérica como em suas imediações, na Zona Sul da capital.

Renata (1a à esq) é do Fã Clube de Júlio César

"Ao todo, somos 100 policiais, tanto aqui quanto nas principais vias de acesso", afirmou o comandante da operação ao ESPN.com.br. 

Atrás do gradio em frente à porta principal do hotel, a reportagem contou apenas 11 pessoas à espera de conseguir algum contato com os atletas da seleção, ou seja, número quase dez vezes menor.

"Eu vim aqui ver o Neymar, eu amo ele, já faz cinco anos", disse a estudante Nathália Pires, de 15 anos, que foi até o local acompanhada da mãe, a desempregada Glauce Martins.

"Uma amiga minha falou que eles iam sair às 11h, por isso a gente chegou cedo", disse ela.

Na verdade, a delegação sairá rumo ao Morumbi às 14h. Antes, estava previsto o almoço para o meio-dia e uma preleção do técnico Scolari às 13h30, informou à reportagem o assessor de imprensa da CBF, Rodrigo Paiva.

Renata Cristina, de 20 anos, era outra torcedora em frente ao hotel. Ela faz parte do "Fã Clube do Júlio César", grupo que une admiradoras do goleiro titular da seleção. "Já existe há oito anos, mas eu nunca consegui falar com ele pessoalmente, só por telefone", disse.

A chuva, o frio, a greve do metrô e a localização do hotel, afastado do centro e de difícil acesso por meio de transporte público, contribuem para o baixo número de torcedores à espera da seleção. Nathália e Renata, por enquanto, tiveram de se contentar com um tachauzinho de Daniel Alves, que por volta de 10h58 apareceu na janela de um dos quartos e acenou.