Uma formação de recifes localizada em mar aberto, no sul da Bahia, passou anos despercebida, mas foi encontrada recentemente por pesquisadores do projeto Coral Vivo Com a forma de um coração, o recife foi encontrado durante expedições para o mapeamento do Parque Municipal Marinho da Coroa Alta, em Santa Cruz Cabrália (BA). Nos paredões, há grandes colônias do coral da espécie casca-de-jaca (Montastraea cavernosa).
“É o ‘coração’ dos recifes de coral do Brasil”, comemora o biólogo marinho e coordenador executivo do projeto, Gustavo Duarte. O ‘coração’ está localizado ao sul do complexo de recifes do Parque de Coroa Alta, conhecida como Alagados.
A equipe do Coral Vivo está percorrendo uma área de aproximadamente 75 km² com a utilização de equipamentos que registram o fundo do mar como se fossem um scanner, identificando o que é areia, lama, corais e rochas. Graças a esses recursos, os pesquisadores puderam identificar o recife “coração”, que fica submerso. Os pesquisadores avaliaram que a parte mais profunda da região onde está localizado o ‘coração’, tem mais de dez metros e a mais rasa tem, no máximo, três metros.
Em 2015, está prevista a publicação desse mapeamento físico do complexo de recifes da Coroa Alta, que será distribuída nas prefeituras próximas à região, aos que trabalham na área. O mapeamento também estará disponível no site da iniciativa, assim como o Atlas do Parque Municipal Marinho do Recife de Fora, localizado na costa de Porto Seguro.
Projeto Coral Vivo
O projeto também investe em tecnologia para estudar os corais. Um exemplo é o sistema Mesocosmo Marinho construído na sua base, localizada no Arraial d’Ajuda Eco Parque, sul da Bahia. Inédito na América Latina, o sistema avalia os efeitos de mudanças climáticas em corais e outras espécies marinhas. Os testes são realizados em dezesseis tanques, que recebem água do mar continuamente. São feitas as simulações de aumento de temperatura e acidez (pH) previstas com as alterações climáticas. Com os testes, será possível observar que tipo de alterações fisiológicas os corais e outras espécies marinhas brasileiras podem sofrer com o aquecimento global.
“O ambiente recifal é muito sensível a essas mudanças, por isso é importante conhecer os seus limites. Em cada lugar do mundo essas adversidades impactarão de alguma forma e é essencial que conheçamos quais serão os efeitos do aquecimento global no Brasil”, ressalta Clovis Castro, coordenador do projeto.
O Coral Vivo faz parte da Rede de Projetos de Biodiversidade Marinha (Rede Biomar), que reúne também os projetos Tamar, Baleia Jubarte, Golfinho Rotador e Albatroz, apoiados pela Petrobras.
Fonte:
Agência Petrobras