Impulsionado pelo aumento real da renda e baixa taxa de desemprego, o consumo das famílias no Brasil deve crescer 13,5% neste ano em relação a 2011 e chegar a R$ 1,3 trilhão. Esse valor equivale a 30% do PIB (Produto Interno Bruto) do país, de acordo com a base de dados Pysxis Consumo, calculada pelo Ibope Inteligência.
No ano passado, o crescimento (sem descontar a inflação) foi de 10,5%.
Para chegar a esse cálculo, são levados em conta o consumo de 51 grupos de produtos, de alimentos, bebidas, livros e material escolar, gastos com medicamentos, escola, telefonia móvel, além de outros.
"A classe C deve continuar sustentando o crescimento do consumo no país, uma vez que corresponde a 52,4% dos domicílios do Brasil", diz Antonio Carlos Ruótulo, diretor de geonegócios do Ibope Inteligência.
Apesar de a classe C deter pouco mais de um quarto da massa salarial do país (26,9%), é esse extrato social o responsável por 38,7% do consumo dos produtos, de acordo com os dados divulgados no estudo.
Segundo Ruótulo, o que explica essa diferença é a renda das famílias de classe C considerada indireta (ou "não monetária") - caso de valores como vale-combustível, vale-alimentação e crédito.
Entre os novos grupos de produtos que aparecem na cesta de consumo da classe C estão cigarro (tabaco e acessórios). Mas produtos considerados básicos ainda têm grande peso na cesta de consumos destas famílias, caso de carnes e derivados (48,5%), alimentos e mercearia (48,2%) e matinais (47,9%).
CONSUMO NO TOPO
Com 2,6% da população, a classe A destaca seus consumo em itens considerados mais sofistadicados, como CDs e DVDs (27,3% de todo o consumo dessa categoria está nessa classe), produtos financeiros (25,7%), artigos de decoração (25,3%) e aquisição de veículos (25%).
Já a classe B, que representa 24,4% da população, gasta mais com consumo de combustível (58,3%), ensino (58,3%) e cinema (54,6%). "São pessoas que já compraram carro e agora têm gasto com a manutenção e abastecimento", diz o diretor.