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domingo, 9 de setembro de 2012

Trânsito é a principal causa de morte por acidente entre crianças e adolescentes no Brasil


Atropelamentos acontecem perto de casa, principalmente com garotos em torno dos sete anos


Vitor Aragão, de 12 anos, costumava a fazer o caminho da escola até sua casa, na zona sul de São Paulo, a pé. Na ausência da mãe, ele almoçava correndo, tirava o uniforme e ia brincar na rua. Mas a rotina do garoto mudou depois que ele foi atropelado por um carro. Um dia, quando tinha nove anos, ele brincava na calçada e resolveu atravessar a rua para encontrar os colegas. A travessia lhe rendeu uma perna quebrada e um corte acima da sobrancelha. 

— A rua era tranquila [Vila Mariana], mas sempre tinha um carro que passava mais nervoso. Agora, prefiro brincar dentro do condomínio mesmo. 

Histórias semelhantes à de Vitor são mais comuns do que se imagina. Recente estudo da ONG Criança Segura apontou que garotos de sete anos, em média, são os que mais se envolvem em acidentes de trânsito no País. Segundo a coordenadora da entidade, Alessandra Françoia, isso ocorre porque crianças de até dez anos são incapazes de compreender a dinâmica do trânsito e conseguir identificar situações que podem ser arriscadas. 

— Elas [crianças de até dez anos] ainda são muito vulneráveis. Não têm discernimento sobre sinalização vertical e horizontal. Também não têm visão periférica e distinção de som. Por isso, correm riscos sozinhos como pedestres. 

De acordo com o levantamento feito pela ONG com base em dados do Ministério da Saúde, o trânsito é a principal causa de morte por acidentes entre crianças e adolescentes de até 14 anos no Brasil. Do total de lesões sofridas nessa faixa etária, 38% correspondem a atropelamentos. Das 1.895 mortes de crianças de 0 a 14 anos no trânsito, registradas em 2010, 711 eram pedestres. Além dos óbitos, 7.932 crianças foram internadas após serem atropeladas. 

O estudo também constatou que os meninos se envolvem quase duas vezes mais que as meninas em acidentes de trânsito, sendo 65% das mortes por atropelamentos referentes a garotos e 35%, a garotas.
Na avaliação do porta-voz da Abramet (Associação Brasileira de Medicina do Tráfego), Dirceu Rodrigues, os garotos costumam ser mais impulsivos e se aventurar mais em brincadeiras de rua. 

— Eles são mais corajosos que as garotas. Vão para a rua soltar pipa e acabam se colocando em situações de risco. Criança dessa idade [até dez anos] precisa estar sempre acompanhada de um adulto. 

Outro dado revelado pelo estudo é que os acidentes acontecem, na maioria das vezes, no próprio bairro onde as crianças moram, principalmente durante a tarde. Alessandra explica que o período concentra a saída das crianças da escola, momento em que elas estão cansadas e mais desatentas. Para piorar, os motoristas geralmente saem do trabalho também nesse horário e fazem de tudo para chegar rápido em casa. 

Já para Rodrigues, esse dado se explica pelo fato de crianças e pais terem a falsa sensação de que estão protegidas no bairro onde vivem.

R7
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