Escândalo semelhante movimenta o município de Itamari, no Sul da Bahia, onde o prefeito Waldson Carlos Alves Menezes, o Kçulo (PT), foi filmado oferecendo R$ 2 mil pelo voto e o apoio de um agricultor da região
Às vésperas das eleições, o vídeo do prefeito da cidade de Tanhaçu, João Francisco (PT), negociando o apoio de um casal de comerciantes para sua reeleição, provocou confusão no município do Sudoeste baiano. Moradores de Tanhaçu relataram brigas e atos de vandalismo nas ruas da cidade, após o CORREIO divulgar o caso em reportagem publicada na edição de ontem.
“A população está chocada. Tem muita gente revoltada porque a cidade está passando sede por causa da seca e o prefeito está gastando dinheiro com compra de votos”, disse a balconista Leilice Santana, de 24 anos, moradora de Tanhaçu.
Para o delegado da cidade, Fábio da Silva Lago, os moradores estão “aumentando” os acontecimentos, mas ele admite que os ânimos dos eleitores estão acirrados com a divulgação do vídeo e compara a disputa na cidade com brigas de torcidas organizadas.
“Aqui não existem eleitores, existem torcedores. O histórico das eleições em Tanhaçu é que sempre ocorrem violências de grande porte”, disse. Segundo o delegado, apenas uma ocorrência relacionada ao caso foi registrada ontem. Um membro da oposição teria chutado o carro de um rival depois de uma discussão.
O delegado já pediu reforço policial para garantir a segurança de eleitores e candidatos nesta reta final de campanha. Uma moradora da cidade, que não quis se identificar com medo de ser “perseguida”, disse que o clima da cidade está “muito tenso”.
“É o assunto do momento daqui e de toda região”, contou. O candidato do PSD à prefeitura de Tanhaçu, Jorge Teixeira da Rocha, o Dr. Jorge, alimenta a repercussão do vídeo, utilizando-o na campanha eleitoral. Segundo moradores, o prefeiturável exibiu as gravações durante um comício no último domingo.
“Quando eles (os petistas) receberam a notícia, a cidade virou um inferno”, acusou Dr. Jorge. Já o prefeito apontou os adversários como responsáveis pelos tumultos e manteve a versão de que o vídeo sofreu alterações. “Vou ficar de cabeça erguida. Eu tenho certeza de que foi montado”, disse.
O prefeito afirmou que foi à casa dos comerciantes porque havia sido convidado, e não para comprar votos ou negociar apoio. Já o candidato do PSD disse que vai abrir um processo contra o rival ainda esta semana.
Escândalo semelhante movimenta o município de Itamari, no Sul da Bahia, onde o prefeito Waldson Carlos Alves Menezes, o Kçulo (PT), foi filmado oferecendo R$ 2 mil pelo voto e o apoio de um agricultor da região.
O caso, que veio a público no mês passado, será remetido hoje ao juiz eleitoral Glaucio Rogério Lopez Klipel, que definirá se o prefeito de Itamari cometeu ou não crime eleitoral.
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