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quinta-feira, 3 de outubro de 2013

Brasil de mãos atadas: indígenas fecham a BR 101 durante 12 horas como forma de pressão


Cerca de mil índios pataxós e tupinambás fecharam durante todo dia nesta quarta-feira, 20, a rodovia 101, nas proximidades da cidade de Itamaraju, no extremo sul da Bahia.  Uma das mais importantes estradas do país ficou fechada por mais de 12 horas, causando danos enormes à população.
O país está na marcha-ré. De um lado, bancários empreendem uma greve que já dura 14 dias.  Os Correios estão fechados em quase todas as capitais. Os indígenas se organizam e pipocam manifestações em várias partes da nação. Manifestantes mascarados depredam o patrimônio público e privado no Rio de Janeiro aos olhos das polícias.
O Governo Federal está praticamente de mãos atadas, diante de tantas manifestações e protestos que se espalham como pólvora. O país está vivendo em estado de indignação, e o cidadão a mercê da sorte.
O pior disso tudo, é que não se consegue chegar a nenhuma conclusão. As coisas não andam, e dificilmente estão encontrando consensos.  
Em Brasília, representantes de diversas etnias indígenas, mais de 30 índios reuniram-se na tarde de ontem com o presidente em exercício da Câmara, deputado André Vargas (PT-PR), e diversos deputados para apresentarem suas principais reivindicações ao Parlamento e, principalmente para pressionar os deputados a arquivar a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 215, que transfere do Executivo para o Congresso a prerrogativa de demarcação de terras indígenas.
Durante o encontro, que foi promovido pela Comissão de Legislação Participativa, todos os representantes das comunidades reclamaram das propostas em tramitação no Congresso, que na avaliação deles, é prejudicial aos povos indígenas. Eles criticaram os parlamentares ao dizerem que eles só procuram as comunidades na hora de pedir votos e depois esquecem os índios. Eles dizem que não vêem nenhuma política pública e nem o Congresso fazendo nada pelos indígenas.
Os índios foram unanimes na critica à PEC 215, que está aguardando a instalação de comissão especial para analisar seu mérito. Todos os indígenas pediram o arquivamento da proposta com o argumento de que ela só interessa aos ruralistas e que envergonha a Constituição.
 Os índios declaram que, mesmo que a proposta seja aprovada, eles não irão respeitá-la, pois só respeitam a Constituição.
Muitos índios reclamaram da forma como foram tratados hoje, quando tentaram entrar no Congresso e foram impedidos por policiais com cachorros. Os representantes do Xingu entregaram um documento ao deputado André Vargas com as reivindicações daquela comunidade. Os indígenas combinaram que vão elaborar um documento único com as reivindicações de todas as comunidades para entregar amanhã, às 11 h, aos deputados.












O deputado André Vargas informou que a Câmara está aguardando a decisão de um grupo de trabalho formado por representantes do Legislativo, do Executivo e do Judiciário para definir uma política efetiva de demarcação de terra indígenas respeitando a Constituição. “Estamos também mantendo um diálogo com os defensores da PEC 215. Estamos buscando uma solução negociada entre os Três Poderes”, informou.
De acordo com André Vargas, o pedido dos representantes das comunidades indígenas não é só em relação ao arquivamento da PEC 215, “mas também em relação à mineração nas reservas, à questão das obras do Programa de Aceleração do Crescimento [PAC] em terras indígenas e também à regulamentação do Decreto 303, que aguarda julgamento do Supremo Tribunal Federal”.
Durante a reunião, o deputado Nilmário Miranda (PT-MG), acompanhado do deputado Padre Tom (PT-RO) e de outros parlamentares, entregou ao presidente em exercício da Câmara uma proposta de emenda à Constituição (PEC), que prevê uma representação na Câmara Federal de quatro índios, a serem eleitos em todo o território nacional, para representar os povos indígenas no Parlamento. Vargas prometeu trabalhar para a aprovação da proposta.

Por: Iolando Lourenço Agência Brasil/Jackson Domiciano
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