Os 230 cubanos que integram a terceira fase do programa Mais Médicos seguiram ontem para 112 municípios da Bahia.
As cidades que mais receberam médicos são Eunápolis e Jacobina (13 profissionais cada), seguidas por Jequié (oito) e Serrinha (sete). Salvador não receberá nenhum médico cubano nesta etapa.
Outros 12 não foram aprovados no exame realizado ao fim do curso preparatório e fazem aulas de reforço de português. Em breve, eles farão nova avaliação.
Recentemente, o governo federal anunciou que os médicos de Cuba receberão um aumento no valor da bolsa que lhes é repassada pelo governo de Raúl Castro. Da remuneração de US$ 1 mil, US$ 600 são depositados em uma conta em seu país. Os familiares dos profissionais podiam ter acesso a essa remessa. Agora, os médicos receberão US$ 1.245 no Brasil, sem o antigo depósito na ilha caribenha.
Transferência
Segundo Daimarys Jarrosay, 34, a mudança não é ruim, mas as exigências obrigam os médicos a transferirem o dinheiro para seus familiares daqui do Brasil, o que acarreta no pagamento de impostos.
Ela, que deixou em seu país o marido e dois filhos, irá trabalhar em Santa Cruz de Cabrália (a 755 km da capital). Para falar com eles, usa principalmente a internet e o tablet, que recebeu do programa Mais Médicos.
Como ainda não recebeu o primeiro salário, ela conta que não pôde comprar um chip de celular para telefonar para a família.
Sobre a vinda ao Brasil, Daimarys diz que o fez principalmente por motivos humanitários, mas fala também em cooperação econômica entre os dois países.
"É uma ajuda para o nosso povo também, porque Cuba tem interesses econômicos com o Brasil", avalia.
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