A depender do clima e da intensidade dos protestos pelo Brasil durante a Copa do Mundo, o presidente da Fifa, Joseph Blatter, poderá se hospedar em Buenos Aires em determinados dias, e viajar para o Brasil, sempre que necessário, para cumprir a agenda da competição.
O plano B, que seria extremamente inapropriado dos pontos de vistas político e institucional, já saiu do papel, apurou este blog. Um porta-voz da Fifa, indagado diretamente sobre o tema, limitou-se a responder: “ Joseph Blatter vai chegar ao Brasil antes do Congresso da FIFA no início de junho e está programado para ficar no Brasil durante a Copa do Mundo.”
Perguntado ainda se a segurança de Blatter seria modificada em função da expectativa de novos protestos durante a Copa, o porta-voz afirmou: “ Os arranjos de segurança continuam a ser os mesmos de durante a Copa das Confederações da FIFA”.
Blatter, cercado de seguranças, em sua chegada ao Brasil em dezembro de 2013/Getty Images
A Fifa lançou uma série de ataques ao Brasil na semana passada, buscando reforçar, e separar, as responsabilidades da Fifa e do governo. A entidade admite que novos protestos ocorrerão, mas entende que agora não haverá o fator surpresa. O secretário-geral da entidade, Jérôme Valcke, em entrevista ao jornal suíço Le Matin, disse crer que haverá protestos, já que a Copa do Mundo é a plataforma ideal, com 18,6 mil representantes da imprensa mundial.
Segundo Valcke, no entanto, as forças policiais estão preparadas para administrar esses movimentos de maneira mais adaptada do que em 2013. Ainda segundo o dirigente, a violência da polícia durante a Copa das Confederações foi um dos fatores que fez a situação se complicar.
O secretário-geral da Fifa disse também na semana passada que os brasileiros se manifestam contra a corrupção, não contra a Fifa.“Eles (brasileiros) se manifestam contra a corrupção, contra a decisão de aumentar o preço do ônibus, pela saúde e pela educação”, afirmou, rejeitando a tese de que a manifestação ocorra contra a Fifa. Valcke afirmou ainda que é errado fazer a ligação entre os gastos públicos com a Copa e o que poderia ser gasto em outros setores.
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