A Secretaria Estadual para Assuntos da Copa do Mundo (Secopa) continua em operação na Bahia, apesar de o encerramento do Mundial completar dois meses amanhã. O órgão, que custa cerca de R$ 400 mil por mês ao Estado, só deve sair de cena em 31 de dezembro, quando acaba o atual governo.
Segundo o responsável pela pasta, Ney Campello, a existência da secretaria até essa data visa cumprir questões administrativas. "Nós fizemos um acordo de não tirar férias nos últimos dois anos para nos concentrarmos na organização da Copa. Estamos cumprindo essas
férias agora, num esquema de revezamento dos funcionários, até o final do ano", citou. Deveres como a prestação de contas do órgão e o levantamento do inventário adquirido durante o Mundial - e que devem ser repassados para outras pastas - também devem ser feitos até o final do ano. "A secretaria se extingue em dezembro, e não podemos passar essa responsabilidade para a próxima administração", completa.
Campello argumenta que a continuidade do órgão tem pouco impacto no orçamento do Estado. A Secopa conta hoje com 46 funcionários - 20 de cargos comissionados e 26 em regime de Reda. Segundo ele, isso corresponde a 0,02% do pessoal da máquina pública. Quatro funcionários deixaram a secretaria desde o fim da Copa, e a ideia é que outros saiam gradualmente até dezembro.
O orçamento do órgão com pessoal é de aproximadamente R$ 2,84 mi por ano, enquanto com manutenção, incluindo o aluguel dos dois imóveis onde funciona, é de R$ 3,94 mi por ano. O gestor, no entanto, garante que a Secopa não chega a gastar esse valor, e custa cerca de R$ 400 mil por mês. Com o fim da Copa, a perspectiva é que o valor caia para R$ 250 mil.
Além da burocracia, o secretário argumenta que também há projetos para serem tocados até o final do ano. Um deles é a reforma do Estádio Municipal de Porto Seguro, que finalizou sua primeira etapa antes da Copa e agora ganhará cobertura nas arquibancadas e espaços como tribuna de imprensa e lounge para convidados. A Secopa também pretende terminar até dezembro o Gol Verde, que visa o plantio de 35 mil mudas de árvore pelo estado, e o Circuito Popular, que vai levar atividades esportivas e recreativas a bairros periféricos de Salvador.
Ecopa virou Empe
Diferente da Secopa, o Escritório Municipal da Copa do Mundo (Ecopa) deixou de existir como tal em 31 de julho. O órgão só mudou de nome: agora é o Escritório Municipal de Projetos Especiais (Empe), e segue com a mesma equipe.
O chefe da pasta, Isaac Edington, argumenta que nunca foi intenção da prefeitura criar um órgão exclusivamente para o Mundial. O que se fez foi designar um grupo de funcionários do Gabinete do Prefeito para funções ligadas ao evento. O órgão, hoje, toca projetos como o Salvador Vai de Bike.