Embora o governo trate como “choro de perdedor” as declarações inflamadas do senador Aécio Neves, candidato do PSDB derrotado no 2º turno da eleição presidencial deste ano, o retorno do tucano ao Congresso foi marcado por discursos fortes e a promessa de que a oposição agora está fortalecida pelos mais de 51 milhões de votos obtidos pelo candidato tucano.
“Essa campanha levará duas marcas muito claras. Uma delas protagonizada pelos nossos adversários, a campanha da infâmia, da mentira, da utilização absolutamente sem limites da máquina publica em benefício de um projeto de poder. Pelo menos cumpriram a palavra. Disseram que iam fazer o diabo. O diabo se envergonharia de muitas coisas que foram feitas durante essa eleição", disse.
A frase teria sido uma resposta à uma declaração de Dilma em março do ano passado, quando ela afirmou que se pode "fazer o diabo na hora da eleição". Aécio ainda foi além, afirmando que o atual governo está "envergonhado pelas armas que usou para vencer a eleição presidencial deste ano". O senador ainda afirmou que dorme tranquilo quando coloca a cabeça no travesseiro, apesar de ter perdido a eleição.
Discurso – No discurso feito no plenário do Senado, Aécio disse ainda que a atuação dos oposicionistas no Congresso Nacional será baseada em três eixos: liberdade, transparência e democracia. “Primeiro, a defesa intransigente das liberdades, em especial a liberdade de imprensa; segundo, a exigência da transparência em todas as áreas da administração pública; e terceiro, a defesa da autonomia e fortalecimento dos Poderes como base de uma sociedade democrática", detalhou o senador mineiro.