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segunda-feira, 26 de maio de 2014

Greves a poucos dias da Copa ganham destaque na imprensa europeia



A poucos dias do início da Copa do Mundo no Brasil, a imprensa internacional dá destaque à tensão social no país. As greves e as manifestações contra a realização do evento estampam as páginas dos principais jornais e sites europeus nesta quinta-feira (22). Para acalmar os ânimos, representantes do Ministério da Defesa e da Justiça do Brasil recebem os jornalistas estrangeiros em Brasília e revelam os planos de segurança para o evento que começa no dia 12 de junho. 

“Uma goleada de greves sacode o Brasil às portas do mundial”, diz a manchete do diário espanhol El País. O jornal destaca as paralisações dos motoristas de ônibus, policiais e professores.

“Os motoristas e os cobradores interrompem suas atividades nas maiores cidades brasileiras, Rio de Janeiro e São Paulo. A polícia civil deixa de trabalhar durante 24 horas em 13 dos 27 Estados do país. Funcionários de 30 museus públicos deixam de atender os visitantes em várias cidades. Os professores municipais estão há quase 30 dias sem lecionar na capital paulista”, escreve El País, classificando a situação como “um tsunami”.

Na França, a avaliação da imprensa não é diferente. O jornal econômico Les Echos é taxativo: "Em São Paulo, a Copa tem um gosto amargo", diz o título da primeira página. Para o correspondente do diário no Brasil, Thierry Ogier, a três semanas do começo do Mundial, a tensão social não perde força. O jornalista acredita que os protestos alcançam um tom cada vez mais político, o que coloca a presidente Dilma Rousseff sob uma forte pressão.

O site do jornal Le Parisien também noticia que o clima no Brasil está tenso com a proximidade do começo do Mundial e com as eleições de outubro. Para o jornal, esse cenário "complexo" é propício à explosão de greves e de manifestações sociais.

No site do jornal 20 Minutes, a segurança na Copa é o que chama a atenção. A reportagem afirma que na África do Sul a violência já era uma preocupação. E, no Brasil, não é diferente. Mas a Federação Francesa de Futebol tenta tranquilizar seus torcedores e afirma que o Brasil está fazendo "um grande esforço".

Imagem do Brasil é ameaçada

Em matéria publicada em seu site, a agência Reuters segue a mesma linha e estima que a onda de manifestações ameaça a economia e a imagem do Brasil no exterior. “A expectativa de que a Copa do Mundo traria um grande impulso para a economia brasileira foi substituída por previsões sombrias e o medo de que os protestos e outros problemas possam espantar os negócios e sujar a imagem do país diante dos investidores”, estima o correspondente Alonso Soto.

O jornalista lembra que a economia brasileira deve crescer apenas 1,6% este ano, acarretando uma pressão intensa sobre Dilma, candidata à reeleição em outubro. “É uma longa distância da euforia de 2007, quando o Brasil foi eleito para abrigar o evento do qual já foi campeão cinco vezes. Naquela época, os políticos disseram que a Copa era um momento muito esperado para mostrar o Brasil como uma potência econômica, além de uma razão a mais para reformar os aeroportos em ruínas, as rodovias e o sistema de transporte”, escreve, salientando que apenas 36 dos 93 projetos grandiosos previstos foram finalizados.

Organização

O site do jornal francês Le Monde aponta para um outro problema na organização do Mundial: os horários em que as partidas estão programadas. Afinal, não só o movimento de greve e as paralisações preocupam os europeus, mas também o calor que os jogadores deverão enfrentar, já que 24 dos 64 jogos devem começar às 13 horas. "É  nesse horário que as temperaturas atingem o pico (...), quando os jogadores poderão enfrentar temperaturas de mais de 30°C, além da forte umidade”, ressalta a matéria.

A situação preocupa o sindicato internacional dos jogadores de futebol, o FIFPro. Um comunicado no site da organização diz: “Estamos muito preocupados com a saúde e a segurança dos jogadores que participarão da próxima Copa do Mundo. Esperamos que a Fifa respeite seus engajamentos sobre os procedimentos.”

De fato, lembra Le Monde, a Fifa previu uma pausa após os 30 minutos do primeiro e do segundo tempo das partidas. O diário salienta, no entanto, que a medida só será colocada em prática “em caso de urgência extrema”, se os termômetros excederem os 32°C.

Os efeitos da temperatura, da umidade e dos raios solares são medidos pelo termômetro conhecido como WBGT, um sistema criticado por Le Monde. “Na edição do último Aberto de Tênis da Austrália, muitos atletas foram vítimas das altas temperaturas. Mas como os índices de umidade eram baixos, os organizadores não aceitaram suspender as partidas”, relembra o jornal.
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