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terça-feira, 24 de junho de 2014

A 5km das seleções, mais de 100 famílias desabrigadas lamentam Copa que já perderam em Natal

Natal recebe nesta terça-feira o jogo que é tido como o mais importante da primeira fase da Copa do Mundo, com seis títulos mundiais em campo e apenas uma equipe que sairá viva entre Itália e Uruguai. Mas a capital potiguar não está em festa. Longe disso. A pouco mais de 5km de onde estão hospedadas as seleções protagonistas do espetáculo, mais de 100 famílias desabrigadas choram pela Copa que já perderam fora de campo.

Com um volume de chuva exorbitante, Natal sofre e enfrenta um estado de emergência há mais de dez dias. O bairro Mãe Luiza é o que está em pior situação. Logo no começo da Copa, um deslizamento de terra castigou a região e começou a deixar famílias desabrigadas. A cidade rapidamente se mobilizou para colocar os moradores em abrigos provisórios e para recolher doações.

O problema é que a chuva não deu trégua. Na madrugada de domingo para segunda-feira, ocorreu um novo deslizamento, aumentando a área atingida. Agora já são mais de 100 famílias desabrigadas, segundo números da própria Defesa Civil. Algumas delas perderam tudo junto com as casas que foram morro abaixo.

Para aumentar o problema, a água que tanto castiga ainda está em falta para quem não teve que sair do bairro. O abastecimento foi cortado em alguns locais para não correr o risco de um cano ser comprometido e piorar ainda mais a situação com o vazamento de mais água. A região também ficou sem muitas opções de transporte, com as ruas principais interditadas pelo deslizamento e com a greve de ônibus no munícipio.

Enorme cratera se abriu por conta das chuvas

"Podemos esquecer todas as Copas do Mundo, menos essa. Foi uma tragédia sem tamanho", diz Damião Teodósio, morador do bairro. "É uma calamidade geral. O pessoal começa a fazer o trabalho, pensam que não vai chover mais e aí acontece tudo de novo... Fizemos um protesto para pelo menos ver se refazem a ligação da água", complementa.

A causa para tamanha tragédia ainda é incerta. A Defesa Civil do município de Natal aponta que um problema pode ter ocorrido na tubulação do esgoto, que entupiu e fez com que o alagamento começasse por debaixo da terra. Até por isso, membros da Companhia de Águas e Esgotos do Rio Grande do Norte (Caern) fazem um trabalho constante na região para impedir que a situação piore. "Mas é difícil. Ele desentope um e, enquanto desentope outro, o primeiro já entupiu de novo", diz outro morador que acompanha os trabalhos.

O curioso é que a área atingida, entre as ruas Guanabara e Atalaia, nem constava no último levantamento da prefeitura sobre os pontos de risco da cidade. E este último levantamento é ainda de 2008. A área, portanto, não possuía nenhum programa de prevenção de desastres. Por falta de documentação, Natal é uma das seis capitais do país que não conta com o monitoramento do Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden).

O único ponto positivo da história toda é que, mesmo com todos os desastres, não houve nenhuma vítima fatal. Os desabrigados foram colocados em abrigos próximos da região atendida e a prefeitura já se articula junto com o Governo Federal para conseguir solucionar o problema. Cerca de R$ 40 milhões de verbas federais podem ser investidas, e as famílias sem moradia devem ser incluídas no programa Minha Casa, Minha Vida.

Tratores fazem o trabalho para tentar diminuir os estragos na região
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