O Marca, emotivo, estampou 'The End' em sua capa; o Sport foi menos sutil
Foram seis anos de domínio. Duas Eurocopas, uma Copa do Mundo e um estilo de jogar futebol que se tornou uma marca. Havia os que amavam, ou os que odiavam.
Havia, verbo no passado, porque já não há mais.
A seleção espanhola - aquela seleção espanhola - acabou na derrota para o Chile, por 2 a 0, diante de um Maracanã que vibrava pela seleção sul-americana. É assim que a imprensa do país encara a eliminação na fase de grupos da Copa do Mundo.
"The End", escreve o diário Marca, em sua capa. Em inglês mesmo, como nos filmes que, na Espanha, são quase sempre dublados. Mas "The End" não é dublado nem traduzido. É o fim, é universal.
Além duas palavras que dizem muito mais do que várias outras, há uma imagem que diz mais que ainda mais. Iniesta, o símbolo da geração brilhante, o homem do gol do título da Copa do Mundo, caminha no gramado do Maracanã, como se o estádio fosse apenas dele.
Às costas, na camisa do meio-campista, o número 6. Seis anos que se acabaram em 180 minutos.
O diário AS também decreta o fim da era de ouro dos espanhóis. "Foi bom enquanto durou" é a manchete na capa do jornal madrileno. Ao contrário do Marca - mais "minimalista" - o AS usa a capa para mostrar mais que uma frase e uma imagem.
No AS, o fim: 'Bonito enquanto durou'
"Não peçam perdão, vocês nos deram muito", diz outra frase na capa. E há fotos, três, dos títulos que os espanhóis conquistaram. Primeiro, a Eurocopa de 2008, em Viena; depois, a Copa do Mundo de 2010, em Johanesburgo; por fim, em 2012, outra Euro, em Kiev.
Na Catalunha, menos emoção e homenagens; mais críticas. O Sportestampa em sua capa a manchete "Fracasso Mundial". O Mundo Deportivo faz uma brincadeira com a recente abdicação do Rei Juan Carlos. "Abdicaram".
Na Espanha de ressaca, a grande expectativa desta quinta-feira era pela coroação do novo rei. No futebol, agora, o trono ocupado pelos espanhóis desde 2008 está vago.