A palestra do secretário de Planejamento da Bahia, Sérgio Gabrielli, durante um evento sobre as potencialidades da região, proferida, na quinta-feira, 21, em Porto Seguro, trouxe à tona o desconhecimento ou desinteresse do governo estadual sobre as reais carências desta região.
O secretário demonstrou desconhecer os problemas diversos que a Costa do Descobrimento está vivenciando nos últimos anos. Seu discurso foi fragilizado, e as informações repassadas para os interlocutores naquele momento, foram fracas. Sendo de cara, logo retrucado e contestado.
Ora, a crise que vive a região do Extremo Sul da Bahia, primeiramente, é de ordem representativa, ou seja, de ordem política mesmo.
Fruto de um histórico perverso, desde as antigas disputas entre as lideranças políticas da Arena e MDB, que se engalfinhavam na capital, dividindo a Bahia em currais eleitorais. Empurrando na goela abaixo do eleitor gabiru, deputados copa do mundo, que até hoje recebem grandes votações e que desaparecem para nunca mais voltarem.
Nos últimos pleitos eleitorais não tem sido diferente. Os candidatos a deputados recebem um enxurrada de votos, parte deles se elegem, mas não assumem compromisso algum com a região. É preciso mudar. Na próxima eleição haverá um olhar mais atento do eleitor.
Muito embora, hoje, a região tenha como legítimos representantes os deputados Jânio Natal (federal) e Ronaldo Carletto (estadual), vive em pleno vácuo representativo, deixando órfãos os eleitores, aflitos por mudanças. A região sofre sem a devida atenção do Estado. E, diante desse fato, os municípios estão agonizantes e decadentes, e a população cada vez mais pobre, com parte dela sobrevivendo graças ao Bolsa Família, que torna Dilma detentora de 58% das intenções de voto, o que lhe daria uma tranquila vitória já no primeiro turno.
Ao longo dos sete anos de mandato o governador Jaques Wagner, tem se tornado ausente nesta região. As chamadas cidades da 8ª Região Administrativa têm passado por momentos delicados. As prefeituras andam capengando, tendo que segurar toda carga sobre os ombros. Outro ponto negativo é ausência dos deputados da região. Eles poderiam estar mais presentes nessas localidades, mas o que se vê é um enorme descompromisso com as reais necessidades dessas comunidades.